Adoro esses ritos de passagem que todo mundo considera importantes quando são, na verdade, meras desculpas para fazer festa e beber sem culpa às seis da tarde.
Sábado foi o meu chá-de-cozinha, com presenças deliciosas e presentes muito legais. Pensei bastante neles, os mimos, e cheguei a conclusão de que pode-se dizer muito sobre as pessoas que temos ao redor através de seus presentes. Vejamos:
* 2 liquidificadores iguais: pessoas objetivas, práticas, adeptas dos costumes da vida contemporânea e com pouco tempo a perder. Ambos aparelhos retêm os fiapos indesejados das frutas mais fibrosas, não é preciso nem coar. Rapidez, produtividade, desempenho. Mulheres atuais, donas de casa do século 21, multi-tasks e arrojadas, mas com um NOTÁVEL e importante défciti de comunicação entre elas. Acho que um deles vai virar um tostex. Convido-os a um croc-monsieur com brie (também conhecido como queijo – chique - quente) qualquer dia desses.
* 2 xícaras altas de capuccino, com colheres que ficam presas na própria louça: esta, apesar de mal me conhecer, deve ter ouvido falar que sou distraída. Perco pequenos objetos de importância inegável com muita frequência (como colheres, celulares, tampas, cabos e, é claro, chaves) e A-D-O-R-O um bom café . Que gracinha.
* 1 coqueteleira (preta, emborrachada) + acessórios: mulher boêmia, de atitude, independente e amante da noite. Apegada à gostosa sensação de poder que o balanço do delicioso líquido rosado e o gelo batendo nas paredes proporciona. Sexy, ousada, sabe que um bom drink pode salvar uma noite e algumas amigas. By far, foi o presente mais aproveitado do sábado.
* um jogo de café da manhã do Pequeno Príncipe: sensível e observadora. Coincidência ou não, o café da manhã é a minha refeição favorita. Os pratinhos, xícaras e bowls são azuis de estrelinhas amarelas. Sweet, so sweet. Nem preciso dizer que é uma mulher de bom gosto, culta, de referências pop e eruditas. Inteligente e pretty charming.
* 2 fotos LINDAS: adoro pessoas que trabalham com imagem. Elas sempre olham um pouco além. Um ângulo escondido, uma cor surpreendente... o enquadramento perfeito para AQUELA luz. Fotógrafa de moda, argentina, trendy e dulce. Não manja muito de cozinha mas se esforça. Uma fofa.
* 1 frigideira com desenhos, um pegador de silicone e uma espátula... amarelos(!): o importante não é saber cozinhar, mas sim ter uma cozinha agradável e bonita aos olhos, para aqueles que sabem, sintam vontade de colocar os seus dotes a prova e proporcionem uma orgia gastronômica aos amigos. Apreço estético e gastronomico refinados, além de um altissimo grau de feminilidade. Não é a mesma coisa fazer um bom feijão no aço inox do que numa Le Creuset vermelha. Fato. Presente tão fofo quanto as duas irmãs que pensaram nele: uma, cozinha “como quem respira”, a outra come até perder a consciência. Amo.
* Um vaso de flores: sensível, delicada, querida e.... atrasada! Flores sempre salvam. Flores sempre agregam. Um presente coringa e adorável, ainda mais para mim... que tenho 7 espalhadas pelo corpo.
* 1 felino chamado Fellini: ela é apaixonada por gatos e sabe que estou a procura de um roomate com patas. Fellini será branquelo, pequeno e de lindos olhos azuis. Coisafofademeudeus. Ela é a minha pupi, que eu aperto, puxo, mordo e brigo. Adora um cafuné e tem uma acidez tão adorável que eu quase posso ignorar. Aourrr.
Beloved friends, obrigada pela presença carinhosa no meu open house. Estou a espera dos seus com a minha coqueteleira embaixo do braço.
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31 outubro 2008
16 outubro 2008
Na farmácia.
E lá estava eu, mergulhada na dúvida, a escolher entre as cerdas macias ou médias, quando subitamente percebo que todas ali são mulheres. Caixas, farmaceuticas e clientes.
Ela 1: "Oi, você tem Candicort em óvulos?"
(Pergunta uma executiva perto dos seus 40 com a chave do carro na mão, um bluetooth na orelha e o blackberry frenético no bolso do paletó. A sua cara de incômodo - e saco cheio de ter, provavelmente, passado as ultimas horas do seu dia no trânsito - e as olheiras azuis mostravam que além do sexo, a infeção a tinha privado de uma boa noite de sono também).
Ela 2: "Desculpa, mas todos eles são de confiança? Tem certeza, moça?"
(Questiona, desconfiada, uma descolada de trinta e poucos absolutamente trêmula com 5 tipos de testes de gravidez na mão. Me pergunto quantas horas do dia ela não perdeu pensando nesse exato momento, quando ela finalmente poderia comprar a porra da caixa que vai dizer se a vida dela vai mudar pra sempre ou não. Ainda essa; escolher entre a roxa, a rosa-bebê ou a com desconto para quem tem o cartão fidelidade. Sozinha, claro, e com a hercúlea missão de mijar numa minúscula tirinha de papel.)
Ela 3: "Mas essa tal de Isoflavona tira mesmo esses calores súbitos da menopausa? Me disseram que eles passavam depois de um tempo, mas eu tô que não me aguento."
(balança um suntuoso leque uma senhora simpática molhada em suor - a plenos 20 graus - com a sua filha adolescente a tiracolo que estava, na dúvida como eu, a decidir se preferia passar a semana "sempre seca" ou "seca com suavidade".)
Ela 4: "er... Mmm. Você tem........................ Postinor?"
(sussurra, não, balbucia uma mocinha nova, de cachos caídos na cara e olhar concentrado na ponta dos seus sapatos como que para esconder a trepada - descuidada ou simplesmente azarada - de ontem a noite.)
Eu (penso): "Caralho. Como é DIFÍCIL ser mulher."
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Ela 1: "Oi, você tem Candicort em óvulos?"
(Pergunta uma executiva perto dos seus 40 com a chave do carro na mão, um bluetooth na orelha e o blackberry frenético no bolso do paletó. A sua cara de incômodo - e saco cheio de ter, provavelmente, passado as ultimas horas do seu dia no trânsito - e as olheiras azuis mostravam que além do sexo, a infeção a tinha privado de uma boa noite de sono também).
Ela 2: "Desculpa, mas todos eles são de confiança? Tem certeza, moça?"
(Questiona, desconfiada, uma descolada de trinta e poucos absolutamente trêmula com 5 tipos de testes de gravidez na mão. Me pergunto quantas horas do dia ela não perdeu pensando nesse exato momento, quando ela finalmente poderia comprar a porra da caixa que vai dizer se a vida dela vai mudar pra sempre ou não. Ainda essa; escolher entre a roxa, a rosa-bebê ou a com desconto para quem tem o cartão fidelidade. Sozinha, claro, e com a hercúlea missão de mijar numa minúscula tirinha de papel.)
Ela 3: "Mas essa tal de Isoflavona tira mesmo esses calores súbitos da menopausa? Me disseram que eles passavam depois de um tempo, mas eu tô que não me aguento."
(balança um suntuoso leque uma senhora simpática molhada em suor - a plenos 20 graus - com a sua filha adolescente a tiracolo que estava, na dúvida como eu, a decidir se preferia passar a semana "sempre seca" ou "seca com suavidade".)
Ela 4: "er... Mmm. Você tem........................ Postinor?"
(sussurra, não, balbucia uma mocinha nova, de cachos caídos na cara e olhar concentrado na ponta dos seus sapatos como que para esconder a trepada - descuidada ou simplesmente azarada - de ontem a noite.)
Eu (penso): "Caralho. Como é DIFÍCIL ser mulher."
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08 outubro 2008
The New York Public Library
Today's statements menu is:
1 - "Art is the highest task and the proper metaphysical activity of this life".
2 - "McCain speaks like an evil scientist".
3 - "Vila Madalena meets Jardins w/NY attitude".
4 - "Voce eh bem fofa. Gosto de voce".
5 - "Winnie-the-Pooh and his pals have gone on vacation and taken the Gutemberg Bible to read at the beach. They Will return in the fall". (WTF?)
6 - "We flavor the simple expression of the complex thought. We are for the large shapes because it has the impact of unequivocal. We are for flat forms because they destroy illusion and reveal truth".
7 - "Breathe".
* please notice that all combos come with uncensored permission to imagine and can include combo # 7.
1 - "Art is the highest task and the proper metaphysical activity of this life".
2 - "McCain speaks like an evil scientist".
3 - "Vila Madalena meets Jardins w/NY attitude".
4 - "Voce eh bem fofa. Gosto de voce".
5 - "Winnie-the-Pooh and his pals have gone on vacation and taken the Gutemberg Bible to read at the beach. They Will return in the fall". (WTF?)
6 - "We flavor the simple expression of the complex thought. We are for the large shapes because it has the impact of unequivocal. We are for flat forms because they destroy illusion and reveal truth".
7 - "Breathe".
* please notice that all combos come with uncensored permission to imagine and can include combo # 7.
20 setembro 2008
.: poema de natal :.
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
(...)
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte -
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
"
moraleja:
Da morte se nasce.
Na espera se chora.
Algumas tardes se enterram.
Bem longe e bem fundo, para que nem os nossos longos braços pequem de saudades.
" quem faz um poema salva um afogado"
19 setembro 2008
aos condôminos
Prezados XX e XY,
Apesar das afetuosas demonstrações auditivas de carinho que tanto tempo de separação possa gerar nestas noites frias de fim-de-inverno, é com orgulho que comunico que ainda não foi registrado nenhum tipo de reclamação ou ocorrência relacionada ao apartamento de número 96.
A administração do imóvel agradece a manutenção do local em boas condições e se coloca a disposição para a resolução de quaisquer imprevistos que possam vir a gerar desconforto nos inquilinos; como chuveiro frio, cerveja quente e/ou bolachas murchas.
Lembramos que há disponível um "livro" de reclamações (anexado à geladeira no ambiente da cozinha) onde vocês poderão, anonimamente, deixar os seus comentários. É imporante contar com a sua satisfação para melhorar sempre os nossos serviços.
Quanto à iluminação das dependências, entendo o empenho do casal, já que o Sr. seu esposo nasceu com este dom de ver a vida com outros olhos. Mais uma vez agradecemos o empenho e nos esforçaremos para que nada disso se repita no futuro.
Peço especial atenção com a louça chinesa; como a Sra. sabe, guardamos estes utensílios na família há mais de seis gerações, e qualquer perda seria un grande infortúnio.
Quanto ao guardador da porta, não se preocupe. A atitude faz parte de um treinamento que está sendo realizado com todos os funcionários da administração predial, mas não leve para o lado pessoal.
Gostaría de deixar claro o grande apreço que tenho pela Sra. e o seu esposo. As minhas dependências são as suas, e isso inclui a cama (mas não o colchão, com quem deve-se tomar especial cuidado para evitar o derramamento de fluidos indesejados).
É com muito amor que os recebo neste humilde lar e com grande apreço que digo: voltem sempre que quiserem, vocês são SEMPRE bem-vindos.
Atenciosamente,
D.
Apesar das afetuosas demonstrações auditivas de carinho que tanto tempo de separação possa gerar nestas noites frias de fim-de-inverno, é com orgulho que comunico que ainda não foi registrado nenhum tipo de reclamação ou ocorrência relacionada ao apartamento de número 96.
A administração do imóvel agradece a manutenção do local em boas condições e se coloca a disposição para a resolução de quaisquer imprevistos que possam vir a gerar desconforto nos inquilinos; como chuveiro frio, cerveja quente e/ou bolachas murchas.
Lembramos que há disponível um "livro" de reclamações (anexado à geladeira no ambiente da cozinha) onde vocês poderão, anonimamente, deixar os seus comentários. É imporante contar com a sua satisfação para melhorar sempre os nossos serviços.
Quanto à iluminação das dependências, entendo o empenho do casal, já que o Sr. seu esposo nasceu com este dom de ver a vida com outros olhos. Mais uma vez agradecemos o empenho e nos esforçaremos para que nada disso se repita no futuro.
Peço especial atenção com a louça chinesa; como a Sra. sabe, guardamos estes utensílios na família há mais de seis gerações, e qualquer perda seria un grande infortúnio.
Quanto ao guardador da porta, não se preocupe. A atitude faz parte de um treinamento que está sendo realizado com todos os funcionários da administração predial, mas não leve para o lado pessoal.
Gostaría de deixar claro o grande apreço que tenho pela Sra. e o seu esposo. As minhas dependências são as suas, e isso inclui a cama (mas não o colchão, com quem deve-se tomar especial cuidado para evitar o derramamento de fluidos indesejados).
É com muito amor que os recebo neste humilde lar e com grande apreço que digo: voltem sempre que quiserem, vocês são SEMPRE bem-vindos.
Atenciosamente,
D.
01 setembro 2008
weekend
" El velo semitransparente del desasosiego un día se vino a instalar entre el mundo y mis ojos. Yo estaba empeñada en no ver lo que ví, pero a veces, la vida es más compleja de lo que parece."
Fim de semana estranho: febre, dor, pupis, musica e descobertas.
Fim de semana estranho: febre, dor, pupis, musica e descobertas.
28 agosto 2008
Que lástima, pero adiós! - version 2008
Em homenagem ao casal mais latino e mais amado da minha vida! (e à mexicana que inspirou muitas risadas nessa e noutras noites de bebedeira)
25 agosto 2008
tu me manques
Saudade dói atrás dos olhos, por dentro do osso, embaixo da unha, e de dentro pra fora. É dor de luz na enxaqueca, dor de dente do ciso, dor de cabelo virado, de unha encravada e espinha interna. Bem interna.
Como se cicatriza uma ferida aberta por excelência e livre escolha? UMA música, UM cheiro, UM esboço de lembrança e a textura daquele lençol na pele do rosto... bingo! Inflamação, febre, irritação e decaimento anímico.
Inspira. Respira. Suspira. um, dois... um, dois...
.......................
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Como se cicatriza uma ferida aberta por excelência e livre escolha? UMA música, UM cheiro, UM esboço de lembrança e a textura daquele lençol na pele do rosto... bingo! Inflamação, febre, irritação e decaimento anímico.
Inspira. Respira. Suspira. um, dois... um, dois...
.......................
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
24 julho 2008
07 julho 2008
ja, sí, sim, oui, sì, はい, да, ναι = vamoaê!
01 julho 2008
shhhhiu
Morar sozinha tem aguçado a minha audição de uma maneira incrível. Comecei com o caminhão de lixo; todas as noites passa como uma jamanta compressora - sucateada e enferrujada - e me tira dos meus deliciosos devaneios. O meu sentido de abstração já está tão desenvolvido que hoje incluo os sons da lataria do inferno em meus sonhos como uma trilha a la Dançando no Escuro (00h33, pontual, como um lord).
Morar em um prédio pela primeira vez na minha vida, me faz sentir cúmplice de um organismo vivo E de concreto muito louco. As vidas acontecem acima, abaixo, ao lado e na frente das suas paredes, reverberam vibrações de gritos, gemidos, diarréias, modelos bulímicas, geladeiras, cadeiras rangentes e insones sem-noção. É engraçado ver em que momento começa o dia para cada um desses organismos: vão acordando entre si, uns empurrando uns os outros para fora do tapaolho. Um copo que bate na pia, uma long neck vazia que cai no chão, um tamanco excessivamente maciço. É divertida a sensação de que você na cama, enterrada até as orelhas num edredon e com um olho meio aberto está chegando tarde pro dia que já começou. E há muitas horas.
Todos os sons que se seguem são aqueles que acompanham os pensamentos, quase sempre idéias repetitivas e bem frequentes, na seguinte ordem de nascimento:
- pq que eu fumei tanto ontem? essa casa tá parecendo um bingo
- nossa, eu acordo com esse cabelo?
- bem que podia dar tempo de ler jornal
- mamão, iogurte... um paõzinho francês seria incrível
- nove e dez... merd! passo o rímel no carro.
Aí então, entro na roda e começo a produzir os meus próprios barulhos e vou do Itaim `a Barra Funda com os ouvidos afundados nos barulhos de outras pessoas que são pagas para produzir barulhos com rimas.
Até o primeiro “bom dia”, é bom demais permanecer calada.
Morar em um prédio pela primeira vez na minha vida, me faz sentir cúmplice de um organismo vivo E de concreto muito louco. As vidas acontecem acima, abaixo, ao lado e na frente das suas paredes, reverberam vibrações de gritos, gemidos, diarréias, modelos bulímicas, geladeiras, cadeiras rangentes e insones sem-noção. É engraçado ver em que momento começa o dia para cada um desses organismos: vão acordando entre si, uns empurrando uns os outros para fora do tapaolho. Um copo que bate na pia, uma long neck vazia que cai no chão, um tamanco excessivamente maciço. É divertida a sensação de que você na cama, enterrada até as orelhas num edredon e com um olho meio aberto está chegando tarde pro dia que já começou. E há muitas horas.
Todos os sons que se seguem são aqueles que acompanham os pensamentos, quase sempre idéias repetitivas e bem frequentes, na seguinte ordem de nascimento:
- pq que eu fumei tanto ontem? essa casa tá parecendo um bingo
- nossa, eu acordo com esse cabelo?
- bem que podia dar tempo de ler jornal
- mamão, iogurte... um paõzinho francês seria incrível
- nove e dez... merd! passo o rímel no carro.
Aí então, entro na roda e começo a produzir os meus próprios barulhos e vou do Itaim `a Barra Funda com os ouvidos afundados nos barulhos de outras pessoas que são pagas para produzir barulhos com rimas.
Até o primeiro “bom dia”, é bom demais permanecer calada.
28 junho 2008
unpacking
Hoje recebi uma mala.
Livros, CDs, roupas, calcinhas-fetiche, toalhas com o seu cheiro. Brinquedos vermelhos e rosas. Regata preferida, pijamas de plantão, aquela calça que ficava melhor em você do que em mim, sapatilhas-de-sabado-a-noite e um bilhetinho de 20 palavras terminado com "até".
Hoje recebi uma mala com alça mas sem coração...
Livros, CDs, roupas, calcinhas-fetiche, toalhas com o seu cheiro. Brinquedos vermelhos e rosas. Regata preferida, pijamas de plantão, aquela calça que ficava melhor em você do que em mim, sapatilhas-de-sabado-a-noite e um bilhetinho de 20 palavras terminado com "até".
Hoje recebi uma mala com alça mas sem coração...
26 junho 2008
Eu sou bicha?!
O Jogo das personalidades:
Participantes: mais de um - a não ser que acorde em um dia existencialista- , e menos de 10, para tornar a brincadeira "terminável"
Objetivo do jogo: incentivo do uso da cultura geral e inútil, desenvolvimento de técnicas de entrevista jornalística, interelação de informações desencontradas
Personalidades válidas: de Moby Dick a Mulher Melancia, passando por super heróis, amigos próximos, chefes de estado e lugares-comum
Tempo estimado de jogo: pode variar conforme o consumo alcólico e o grau de dificuldade do amigo FDP
25 junho 2008
fill in the blanks
22 junho 2008
11 x 11
Eventos esportivos que envolvam a as duas nacionalidades da minha família em competição são sempre uma alegria para mim. Formula 1, todos os esportes olímpicos, copa do mundo campeonato de bocha ou xadrez; não importa. Se houver um representante español na jogada minha mãe logo pendura a sua bandeira na janela de casa, torce por nomes que nunca ouviu falar e tenta entender as regras do jogo enquanto todos prestam atenção.
Neste momento a Espanha joga quartas de final com a Itália na Euro Copa. Divertidíssimo, com o adendo de que temos 5 hóspedes italianos, amigos de infância do meu pai, dividindo as mesmas polegadas em tela plana.
Entre cognacs, digestivos, docinhos e cafés, cada um xinga no seu idioma (confesso que em dialeto siciliano tudo fica mais engraçado, principalmente os adjetivos `a mãe do juíz).
Final do segundo tempo: zeroazero.
Os pênaltis vão ser uma piada, e o jantar... impagável.
Neste momento a Espanha joga quartas de final com a Itália na Euro Copa. Divertidíssimo, com o adendo de que temos 5 hóspedes italianos, amigos de infância do meu pai, dividindo as mesmas polegadas em tela plana.
Entre cognacs, digestivos, docinhos e cafés, cada um xinga no seu idioma (confesso que em dialeto siciliano tudo fica mais engraçado, principalmente os adjetivos `a mãe do juíz).
Final do segundo tempo: zeroazero.
Os pênaltis vão ser uma piada, e o jantar... impagável.
19 junho 2008
A Casa de Alice
No país de carne e osso
No cinema, nada é tão tênue quanto a linha que separa a verdade da mentira. Implícita desde o primeiro frame, a discussão é tão imune ao processo criativo que não vale nem a análise, mas o aumento da procura e produção de documentários tem mostrado que só se tem a ganhar dessa mistura ‘amoral’ de real e ficção. A Casa de Alice, primeiro filme ficcional do documentarista Chico Teixeira, é um ótimo exemplo de projeto seguro e bem analisado em festivais dentro e fora do país.
Alice – interpretada por Carla Ribas-, é uma manicure quarentona que mora na periferia de São Paulo e mantém um casamento ‘bege’ com um taxista adorador de lolitas pré-puberes. Seus três filhos estão entre a adolescência e a maturidade, e sua mãe, Dona Jacira, é a idosa dona do apartamento onde todos moram amontoados. Ela é também a base estrutural da casa; ao mesmo tempo em que cozinha, passa e lava os lençóis das noites mal dormidas de todos, é solitária o suficiente para tornar seus, os podres que passam escondidos pelos bolsos das calças que esperam sua vez na pilha de roupas sujas da área de serviço. Alice, que faz vista grossa aos casos do marido para não ter que olhar para suas próprias aventuras, é tão mortal que chega a ser cinza de cotidiano, mas se envolve com um cliente e ex-namorado na esperança de se manter viva, e de fugir da sua realidade monocromática.
O filme é um retrato limpo da classe media do telefone discado, da televisão aberta, do radio de pilha e da margarina com pão francês. O uso de não-atores, o apego ao gesto, ao mínimo movimento que nasce e não brota de um roteiro não deixa de ser perigoso, mas areja essa leva infinita de tentativas de se fazer o novo “Cidade de Deus”. A narrativa naturalista permanece colada em seus personagens com uma fidelidade tão documental que periga ser fantástica. Não é um filme de ação, reflexão ou síntese, é um filme de atores que não são atores, e só por isso já vale pena.
No cinema, nada é tão tênue quanto a linha que separa a verdade da mentira. Implícita desde o primeiro frame, a discussão é tão imune ao processo criativo que não vale nem a análise, mas o aumento da procura e produção de documentários tem mostrado que só se tem a ganhar dessa mistura ‘amoral’ de real e ficção. A Casa de Alice, primeiro filme ficcional do documentarista Chico Teixeira, é um ótimo exemplo de projeto seguro e bem analisado em festivais dentro e fora do país.
Alice – interpretada por Carla Ribas-, é uma manicure quarentona que mora na periferia de São Paulo e mantém um casamento ‘bege’ com um taxista adorador de lolitas pré-puberes. Seus três filhos estão entre a adolescência e a maturidade, e sua mãe, Dona Jacira, é a idosa dona do apartamento onde todos moram amontoados. Ela é também a base estrutural da casa; ao mesmo tempo em que cozinha, passa e lava os lençóis das noites mal dormidas de todos, é solitária o suficiente para tornar seus, os podres que passam escondidos pelos bolsos das calças que esperam sua vez na pilha de roupas sujas da área de serviço. Alice, que faz vista grossa aos casos do marido para não ter que olhar para suas próprias aventuras, é tão mortal que chega a ser cinza de cotidiano, mas se envolve com um cliente e ex-namorado na esperança de se manter viva, e de fugir da sua realidade monocromática.
O filme é um retrato limpo da classe media do telefone discado, da televisão aberta, do radio de pilha e da margarina com pão francês. O uso de não-atores, o apego ao gesto, ao mínimo movimento que nasce e não brota de um roteiro não deixa de ser perigoso, mas areja essa leva infinita de tentativas de se fazer o novo “Cidade de Deus”. A narrativa naturalista permanece colada em seus personagens com uma fidelidade tão documental que periga ser fantástica. Não é um filme de ação, reflexão ou síntese, é um filme de atores que não são atores, e só por isso já vale pena.
17 junho 2008
Formação Acadêmica: corte-e-costura.
Escrever é cortar palavras, deixar restar o essencial. Não é necessário irmos ao encontro delas, todas chegam até nós com suas sedutoras vestes, prestativas disposições. Só precisamos olhá-las de frente, resistir às tentações dos adjetivos, às metáforas patéticas, às promessas adverbiais.
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